A PLEBE 101 – MANIFESTO DE 1º DE MAIO – SOB A PANDEMIA : Em Quarentena

A grande ironia de tudo isso é que vemos: os governos paralisando os mercados, socorrendo os miseráveis – ao mesmo tempo que leva a quebradeira da pequena-burguesia – toma a iniciativa da quarentena para salvar o próprio Capitalismo: o proletariado é de onde a burguesia retira a mais-valia que alimenta sua riqueza pessoal, bem como sustenta o próprio Estado. Setores do Capitalismo Selvagem (incluída as Milícias e o Garimpo clandestino) defendem a volta ao trabalho, a todo custo, pois pensam apenas na mais-valia que não podem arrancar de seus empregados em quarentena. E a pérola do bolo de todas as discussões e golpes políticos se deve a um vírus, uma coisa que nem ser vivo é! Olha a fragilidade do Sistema…

Mas, com a desculpa de combater a Peste, se leva a cabo a destruição de diversos direitos da classe operária. Se cortam salários, devido a diminuição da Jornada de Trabalho (mostrando a importância da reivindicação do SINDIVÁRIOS-SP-FOSP/COB-ACAT/AIT lutando pela REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO PARA 6 HORAS/DIA-30 horas semanais – sem redução de salários), mostrando que é em torno disso que a classe trabalhadora deve lutar para impedir a destruição de direitos! Os burgueses participam das decisões do governo, nós, trabalhadores exigimos nossos direitos!

Aos que tem que manter trabalhos essenciais e que continuam trabalhando normalmente, como os trabalhadores da Saúde, especialmente envolvidos com a crise hospitalar, deve-se lutar pela melhoria de suas condições de trabalho, através da oferta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), através da Solidariedade Ativa – ao mesmo tempo que tem de ser convocada uma grande Greve Geral se o governo fascista de Bostonaro suspender a quarentena – oque levaria a um crescimento exponencial da curva de difusão do Covid19, e assim a morte de milhares de pessoas.

Outra coisa que a Peste do Covid19 desnudou, foi a farsa da famigerada Reforma da Previdência que elevou a idade de aposentadoria de 60 para 65 anos/70 anos – com o falso argumento da elevação da perspectiva de vida que um burguês pode ter, dizendo que podíamos viver até os 80 e tantos. Somos sobreviventes, quem chegou ao 60 e quem ainda está vivo. A doença evidenciou a fragilidade de quem tinha mais de 60 anos, as principais vítimas da viremia – devido a queda de sua imunidade e ao acúmulo de morbidades. A nossa Greve deve também reivindicar a diminuição da idade mínima para aposentadoria, respeitando a leis de libertação dos Sexagenários, de 1886.

Confederação Operária Brasileira (COB) foi uma iniciativa discutida no Primeiro Congresso Operário Brasileiro, em 1906, no qual estiveram presentes quarenta e três delegados, representando vinte e oito associações. Havia diferentes linhas políticas no seu interior, representadas por ativistas de orientações diversas, a saber: reformistas, socialistas e muitos sindicalistas anarquistas. Era formada por federações nacionais de indústria ou de ofício, federações locais e estaduais de sindicatos, sindicatos isolados em locais onde não existiam federações ou de industrias e ofícios não federados. A despeito das dificuldades de se constituir em âmbito nacional, atuava no sentido de coordenar e aglutinar associações de trabalhadores de várias regiões do Brasil, o que conseguiu em relação a São Paulo, Alagoas, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco e de diferentes orientações e funções, como as de ofício ou DE OFÍCIOS VÁRIOS.

Descentralizada, a partir de suas Bases de Acordo, era uma organização viva, sempre atacada pela patronal e pelo Estado. Em 1907 organizou a Greve Geral da Construção Civil, de abrangência para todo o Brasil – sendo a primeira categoria a conquistar a Jornada de 8 horas/dia. Por conta dessa greve nacional a COB foi perseguida, levando a sua desestruturação momentânea. Em 1913 realiza no Rio de Janeiro o Segundo Congresso Operário Brasileiro, onde em meio ao clima de Guerra Mundial – que eclodiria em 1914 – se lança num movimento pela paz mundial e em defesa das reivindicações dos trabalhadores, lançando a proposta de organização de greves pela Jornada de 8 horas para todos os trabalhadores.

O 1º de Maio de 1917 é marcado pelo chamamento da Greve pelas 8 horas, que eclode em junho em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. As Greves Gerais desses três estados levam a conquista da Redução da Jornada para 8 horas/dia, além de um dia de descanso semanal, assistência médica, regularização do trabalho de mulheres e proibição do trabalho de crianças, etc. A agitação sindical continua, em meio a epidemia da Gripe Espanhola, em 1918 e, em 1919, sem quarentena e com milhares de vítimas na classe trabalhadora, a COB chama a grande Greve Geral nacional – que leva a manifestações com mais de 20.000 pessoas em Belém do Pará. A Greve Geral é novamente vitoriosa e estende as conquistas das Greves de 1917 para todos os trabalhadores do Brasil.

A luta continua e o caminho ainda é o mesmo, o trabalhador organizado em sindicatos revolucionários, federações operárias regionais e na Confederação Operária Brasileira, sem partidos e sem patrão, de ação direta e horizontal, assembleária, na construção da AUTOGESTÃO GENERALIZADA e do Comunismo Libertário.

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A Plebe : Órgão de Divulgação da Federação Operária de São Paulo – FOSP/COB-ACAT/AIT
COB-AIT, Seção da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT-IWA)
134 ANOS DA LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO !

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