Já que tem um monte de comunista reclamando de anarco, falando que nunca fazemos nada e etc, vamos falar então da primeira organização sindical e de massas do Brasil!
O QUE É A COB-AIT (CONFEDERAÇÃO OPERÁRIA BRASILEIRA)
ANTECEDENTES
Desde a década de 1890 o movimento anarquista se tornou o protagonista na mudança de direitos sociais no território Brasileiro, tirando esse posto dos radicais Liberais. Temos como exemplo a Colônia Cecília de 1890, Uma Comuna no Paraná que foi fundada por anarquistas italianos, durando cerca de 3 anos.
As movimentações imigratórias entre a Europa (majoritariamente a Itália) e o Brasil trouxeram muitos dos primeiros anarquistas ao país, estes por sua vez, se assentaram nas cidades para trabalhar nas primeiras indústrias do Brasil, principalmente têxteis.
Em 1903, no dia 11 de Outubro, acontece a primeira greve que atinge um tamanho relevante nacionalmente, a greve do Rio começou por lideranças anarquistas que pediam melhores condições para a classe operária, assim como a abolição do trabalho infantil. A greve foi esmagada para a polícia, porém trouxe o anarquismo e o sindicalismo revolucionário aos holofotes para o proletariado, levando assim ao primeiro congresso.
Em 1906, foram chamados cerca de 43 delegados, representando cerca de 28 sindicatos independentes, organizados majoritariamente na FOSP (Federação Operária de São Paulo), FORJ (Federação Operária do Rio de Janeiro), a FORGS (Federação Operária Rio Grandense) e a FORS (Federação Operária Regional de Santos); também continha entidades Pernambucanas e Catarinenses.
O primeiro congresso foi realizado no Rio de Janeiro, então capital, com o objetivo de organizar os sindicatos e federações em uma entidade organizada de maneira horizontal, seguindo os princípios sindicalistas revolucionários. Foi então proclamada, em 1906, a COB, que passou a operar formalmente a partir de 1908.
O evento também contou com estrangeiros, como Neno Vasco, português, jornalista e criador da versão em português da Internacional.
PRIMEIROS ANOS E SEGUNDO CONGRESSO
O contexto da criação da COB foi o de extremos conflitos entre o operariado (agora com uma entidade única representando a classe) e o patrão. Em si, a COB tinha 3 principais reivindicações:
Fim do Trabalho Infantil;
Criação do Salário Mínimo;
Reconhecimento do vínculo empregatício.
Estas reivindicações levaram a COB a um crescimento substancial, onde mais sindicatos aderiram a Confederação, que era organizada em Federações locais. Desta forma, chegamos ao início da Grande Guerra.
Graças a corrida armamentista, o Brasil, um país que majoritariamente produzia e exportava café, um produto não essencial, entrou em crise. Os impostos foram as alturas, principalmente para a classe baixa. Foram impostas medidas de repressão mais duras.
Em resumo, o Brasil entrou em uma espiral de problemas que já havia acontecendo desde o início do século, mas dessa vez de maneira mais acentuada.
A COB então chamou, em vista os eventos contra trabalhadores, o Segundo Congresso Operário.
Em 1913 foi então convocado o congresso, que em resposta às novas leis de repressão, os sindicatos cariocas, paulistas e mineiros iniciaram uma série de greves, conseguindo aumentos salariais, mas ainda, longe do ideal.
O governo, tentando desmantelar o movimento chamou um congresso próprio, que, por mais que houve certa adesão, ainda continuou menor que os anarquistas, com a criação da CBT (Confederação Brasileira do Trabalho). Um grupo carioca entrou no congresso e apresentou uma moção de protesto, foi retirado a força do local.
Com isso, em resposta às tentativas do governo, o segundo congresso foi expandido, representando agora 59 associações operárias.
Chegou-se então ao início da mobilização geral, que levaria, em 1917, ao estouro da bolha.
GREVE GERAL E REVOLTAS (1917-1918)
Em 09 de Julho, o jovem operário José Martinez (espanhol) foi brutalmente assassinado durante um protesto em São Paulo. A partir disso, o descontentamento chegou a alturas. Os sindicatos proclamaram greve!
Durante as primeiras semanas, apenas em São Paulo, cerca de 70 mil trabalhadores foram convocados e aderiram a greve, o número foi tão grande que, cariocas, pernambucanos, mineiros e gaúchos aderiram ao movimento.
Tais situações levaram o patronato a mesa de negociação. Não podendo mais negar a existência de movimentos organizados, os patrões aceitaram entregar um aumento imediato aos trabalhadores.
Durante as negociações, os trabalhadores foram hostilizados, muitos deles, presos o que fez com que fosse organizado o Comitê de Defesa Proletária, que passou a representar o operariado durante as negociações.
A greve durou até 1918, e até hoje é conhecida, inclusive por historiadores, como a Greve Anarquista.
As revoltas se centraram principalmente na capital, o Rio de Janeiro ficou repleto de rebeldes, que inclusive influenciaram a Revolta da Chibata.
Nota: Houveram sim a participação de marxistas, porém, foi minoritária, vendo que o anarquismo ainda era a principal corrente do operariado no Brasil.
ANOS POSTERIORES (1919-1937)
Durante os anos que se seguiram a COB continuou atuando em menor escala, em 1924 acontecendo o último congresso operário liderado pela organização. Por mais que a organização tenha diminuído sua influência, os núcleos continuaram operando de Maneira independente. Em 1934, a FOSP chamou mais um congresso para restabelecer a organização, que, de fato, foi reorganizada, porém, com o golpe de Getúlio, a organização foi fechada. Os núcleos da COB continuaram atuando de maneira ilegal até 1945, após isso, voltaram a legalidade.
Foi durante o congresso de 1934 que a COB aderiu a ACAT e a AIT (respectivamente Associação Continental Americana de Trabalhadores e Associação Internacional dos Trabalhadores) ao qual continua até hoje. Foi apenas após a ditadura militar que os núcleos passaram a buscar uma reorganização.
PÓS DITADURA ATÉ OS DIAS ATUAIS (1985-2023)
A COB foi reestruturada, por mais que mantenha as federações assim como no passado. Foi em 1997 que a COB foi proclamada oficialmente, de maneira a unir os antigos núcleos. Atualmente, fazem parte da COB os seguintes núcleos:
FOPE (Pernambuco), FOBA (Bahia), FORJ (Rio de Janeiro), FOSP (São Paulo), FOMG (Minas Gerais), FOSC (Santa Catarina), FORGS (Rio Grande do Sul)
Também são considerados adicionais os núcleos de Sergipe que ainda não completaram processo de adesão oficial.
Para abordar sobre a COB moderna seria necessário uma thread inteira e eu não estou com saco para isso, enfim kakaka É isso!
Saúde e Anarquia!
========
COB-AIT
Caixa Postal 10 563
90 001-970 Porto Alegre,
BRASIL
cobforgs@gmail.com
Facebook del secretariado nacional : @confederacao.brasileira
Canais virtuais de informações e associação da Confederação Operaria Brasileira : https://www.facebook.com/confederacao.brasileira
Facebook de la FORGS/COB-ACAT/AIT (sindicato de artes y oficios vários de Porto Alegre) : @FORGS1906
https://www.facebook.com/Forgs1906/
Faceboock del Sindivarios FOSP COB-AIT (Federação operária de São Paulo) en : @sindivariosfosp.cobait
https://www.facebook.com/sindivariosfosp.cobait
Página do Facebook de COB-AIT Rio de Janeiro : Cob-AIT – RJ
Instagram:https://www.instagram.com/p/CPWpEFZjB0l/
Telegram:https://t.me/cobaitrj
Uñao de Juventude AnarcoSindicalista (UJAS)
Sindicato estudantil e libertário Pro – COB-AIT
Contato: uniaodajuventudeanarcosindical@gmail.com
Twitter : @Juvntudsindical
======
mais informações sobre o COB-AIT, sua história e lutas atuais:
https://www.acat-ait.org/category/brazil