A Autogestão Operária [Set-out. 2010]

A Autogestão Operária

N° 5 – Setembro/Outubro, 2010 – NÚCLEO PRÓ-COB/AIT GOIÁS

A FARSA ELEITORAL ESTÁ DE VOLTA!

Época de eleição é sempre a mesma coisa, carros de som pelas ruas, panfletos de políticos jogados por todos os lados e várias pessoas contratadas para propagandear toda essa porcaria. É a época que os políticos querem parecer bons, amigos do povo e presentes no cotidiano das pessoas, ficam simpáticos, sorridentes e se colocam a beijar várias crianças e mandar “tchauzinhos” para todos. Porém quando as eleições acabam
a situação muda, os candidatos desaparecem e a simpatia acaba.


Assim é a “democracia” que vivemos, você vota em alguém que nem conhece para te governar e elaborar leis por você. É assim que as coisas vem caminhando durante anos, e mesmo com a infinidade de políticos que já passaram pelo poder os problemas sempre são os mesmos, as coisas nunca mudam, a corrupção continua acontecendo, o governo nunca agrada os trabalhadores, só beneficia a burguesia que é a classe dominante.

Já está passando a hora das coisas mudarem, se a vários anos a falsa democracia nunca deu certo, não é agora que vai acontecer, diferentemente do que dizem, a culpa não é do povo que não escolhe os governantes direitos, mas sim da própria democracia, que é planejada para manter as rédeas nas mãos da burguesia, os políticos são préselecionados pelos partidos e só ganha aquele que segue as regras e fazem as vontades da burguesia.

Diante dessa farsa eleitoral, boicotemos as eleições ou votemos nulo, que é o modo que dispomos para mostrar nossa insatisfação com esse teatrinho imposto pela burguesia. Lembremos porém que somente o boicote às
eleições, ou voto nulo, não causa mudanças e é por isso que devemos nos organizar para derrubar a farsa eleitoral, derrubar o governo e implantar a autogestão.

Não sustente parasitas, vote nulo, ou não vote!!!
Abaixo a farsa eleitoral, política só se for de ação direta!!!
VIVA A AUTOGESTÃO!!!

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POLÍCIA MILITAR AGRIDE POPULAÇÃO PRESENTE NA XIV PARADA DO ORGULHO LGBT

No dia 05 de setembro deste ano [2010] aconteceu em Goiânia a XIV Parada do orgulho LGBT. A festa foi legal em geral, todos curtindo de maneira pacífica e praticamente sem confusões, apesar de que na nossa opinião deveria ser um dia de luta e protesto ao invés de festa e comemoração.

De acordo com a organização do evento, o combinado que haviam feito com a prefeitura e a própria polícia era que o evento iria terminar às 22 horas, porém aproximadamente às 21:20 várias viaturas da polícia militar começaram a chegar com o intuito de expulsar as pessoas do local, um lugar público, uma rua em que todos deveriam ser livres (pelo menos de acordo com a constituição, apesar de que não acreditamos no cumprimento da mesma) para circular.

Utilizando-se de gases de efeito moral, a polícia começou a reprimir as pessoas que estavam no local ainda que essas pessoas não estavam cometendo nenhum «crime», e muitos não se sentindo acuados pela polícia (por não estarem fazendo nada de errado) continuaram tranquilos e pacíficos no local. Vendo que a ação com os gases de efeito moral não estavam adiantando para expulsar as pessoas do local público os policiais passaram para um ataque mais violento, detendo pessoas que não haviam feito nada e utilizando se de agressões físicas contra essas pessoas.

Revoltada com essas atitudes dos policiais, uma jovem se aproximou e questionou aos policiais o porque dessas pessoas estarem sendo detidas e agredidas, porém sem resposta os policiais começaram a desferir chutes, socos, coronhadas e choques contra a jovem, deixando ela no chão quase desmaiada e mesmo nessa situação eles não pararam de agredí-la. Revoltad@s com o ocorrido, várias pessoas foram para cima dos policiais (dentre essas pessoas estava a companheira da jovem agredida, que também foi derrubada e agredida) e os policiais começaram a desferir golpes contra tod@s, até mesmo crianças foram alvo desses fascistas covardes, que deixaram várias pessoas feridas. Sem ter o que fazer, todos
começaram a correr descontrolados tentando fugir das agressões dos policiais, que continuavam correndo atrás das pessoas e desferindo golpes em pessoas indefesas. O ocorrido lembrou muito aquelas cenas vistas em filmes e documentários da época do regime militar, que a polícia fortemente armada ataca o povo indefeso e sem ao menos ter feito nada
de errado.

Agressões como essa que aconteceu nesse evento acontecem em vários lugares todos os dias, e o que me disseram é que não é a primeira vez que acontece na própria parada LGBT. Pelo que parece é que todos os anos, já a algum tempo, a polícia sempre chega de forma violenta para acabar com o evento antes do horário programado. Atitudes como essas não podem ser toleradas por nós, não podemos aceitar tal violência calad@s, devemos nos
organizar para combater essas atitudes, devemos nos auto-defender desses fascistas fardados.

Em referencia ao ocorrido, queremos declarar que não ficará assim, essas agressões não serão simplesmente esquecidas sem serem resolvidas, porém como não acreditamos na justiça através das instituições (ainda mais contra a polícia) declaramos que a justiça será feita pelas mãos do próprio povo, pois só o povo unido tem força suficiente contra o Estado e seus defensores fascistas fardados.

ABAIXO A VIOLÊNCIA POLICIAL!!!
O FASCISMO NÃO PASSARÁ IMPUNE!!!

Ps.: É importante lembrar que a polícia está a mando da classe dominante e dos políticos que fingem representar o povo, portanto nas próximas eleições VOTE NULO e não eleja assassinos, já que esse não foi o primeiro e único ataque a mando do governo, devemos lembrar também do ataque feito as pessoas da ocupação SONHO REAL, dos ataques feitos as pessoas que estavam no CARNAVAL DE GOIÂNIA e também das várias pessoas que a polícia mata ou agride no dia a dia e que acaba caindo no esquecimento.

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23 ANOS DE DESCASO COM AS VÍTIMAS DO CÉSIO 137


Nesse dia 13 de Setembro [2010] completou-se 23 anos do “acidente”
radioativo com o césio 137, que é considerado o pior “acidente” radiológico
em área urbana da história. Dois catadores recolheram de um prédio abandonado (antigo hospital) a cápsula de uma máquina de raio x para vender o chumbo contido na peça. Parte da peça foi vendida para o
dono de um ferro velho, e a outra parte, que o comprador disse ser inox e não valeria a pena vender, foi deixada com o dono do ferro velho. Ao observar a peça no escuro, o rapaz percebeu que saia um brilho azul e
resolveu abrir a peça para descobrir o que havia dentro. Abrindo a peça ele encontrou um pó azul muito bonito, principalmente quando colocado no escuro, sem saber do que se tratava o rapaz expôs várias pessoas ao pó azul, que na verdade era um perigoso elemento radioativo, o césio 137. Quando foi descoberto o acidente, várias pessoas já haviam sido expostas ao elemento, o resultado foram 4 mortes iniciais, cerca de 60 mortes posteriores, mais de 600 vítimas contaminadas diretamente e reconhecidas pelo ministério publico, porém, segundo a associação das vítimas do césio 137, mais de 6 mil pessoas foram contaminadas.

As aspas colocadas na palavra “acidente” é porque nós da classe trabalhadora acreditamos que esse tipo de ocorrido não acontece por acaso, esse “acidente” ocorreu por uma falha da fiscalização da CNEM, órgão que deveria fiscalizar o destino das máquina de raio X, mas como não são os filhos e os parentes deles que ‘fuçam’ nos escambos de prédios abandonados para procurar materiais reciclados para vender, eles pouco se
importaram com o destino do material, já que a máquina de raio X não estava mais funcionando, não importava o destino dado a máquina? E mais uma vez a bomba estourou nas mãos dos pobres, o acidente resultou mais de 60 mortos, e os que ficaram vivos estão sofrendo as consequências, lutando para tentar ganhar esmolas do governo do estado para conseguir sobreviver, além dos danos físicos, materiais, morais, e sentimentais, que não à dinheiro que pague.

Para nós da Federação Operária de Goiás, esse “acidente” é mais um prova de que o Estado e a classe dominante não dão a mínima para nós trabalhadores, não interessa se estamos morrendo, seja de fome ou de “acidentes” como esse ocorrido, porém estão presentes nos momentos de dor fazendo discursos cheios de demagogia e se aproveitando desses momentos, é por isso que precisamos nós organizar para lutar, lutar pelos nossos direitos, ser solidários com nossos irmãos da classe, lutar contra nossos reais inimigos, aqueles que se aproveitam da nossa dor (causada por eles) para fazer discursos para alienar o povo.

Sejamos solidários com as vítimas do césio. Desejamos os mais sinceros
sentimentos as pessoas que perderam seus familiares e também as pessoas que sofreram e ainda sofrem até hoje por consequência do ocorrido!

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TRABALHO ESCRAVO AVANÇA EM GOIÁS

A assinatura da lei Áurea em 13 de maio de 1888, representa no Brasil o fim da escravidão, ou seja, o fim do direito de uma pessoa possuir a outra, porém os escravos libertos foram simplesmente jogados as ruas sem direito a nenhuma propriedade, nenhum modo de se sustentar, sendo submetidos
então a venda do corpo (seu trabalho) em troca de um mísero salário para se sustentar. Essa situação formou a grande desigualdade social existente, a classe trabalhadora tem que se submeter a seus patrões riquíssimos em troca de baixíssimos salários para conseguir o sustento de cada dia.

Mesmo depois da assinatura da lei, ainda são encontradas no Brasil várias situações de trabalho escravo. Em Goiás a situação não é diferente, atualmente vêm crescendo o número de trabalhadores escravizados, que são submetidos a péssimas condições de alojamento (algumas vezes nem sequer tem alojamento), trabalham sem folga, exposição à doenças sem auxílio médico, não há garantia de água potável e nem sanitários, a alimentação fornecida é basicamente arroz e feijão e é comum o uso de violência física ou psicológica para manter os trabalhadores a mercê desse tipo de escravidão.

Em abril desse ano [2010] foram “libertados” vários cortadores de cana que estavam confinados a escravidão em uma fazenda na zona rural de Aragarças, a descoberta do fato ocorreu quando vários trabalhadores contratados pela mesma empresa tiveram os cheques de seus salários recusados por estarem sem fundo. Quando o local de trabalho foi fiscalizado, constatou-se que “os empregados tinham sido contratados de forma irregular em janeiro no Maranhão, Piauí, São Paulo, Minas Gerais e
Mato Grosso. Ao chegar a Goiás, foram colocados em casas e barracos sem as mínimas condições de moradia. As casas ficavam nas cidades de Aragarças (GO), Montes Claros de Goiás (GO) e no povoado de Ponte Alta do Araguaia.

Alguns receberam colchões. Outras tiveram de dormir no chão. O aluguel e a alimentação ficavam por conta dos próprios trabalhadores. A convenção coletiva de trabalho da categoria determina que o empregador ofereça alimentação e alojamentos para contratados em localidades diferentes daquela de prestação do serviço.

Nas frentes de trabalho, não havia instalações sanitárias. Os empregados não tinham acesso à água potável. As jornadas eram contínuas: de segunda a segunda, sem descanso semanal renumerado. Os cortadores eram transportados em veículos sem autorização e inspeção do órgão de
trânsito. ”

Em Junho deste ano também foi constatado outro caso de trabalho escravo, dessa vez em Joviânia, “ao todo, 99 trabalhadores rurais que atuavam no despendoamento de milho foram resgatados. Os trabalhadores rurais são migrantes do nordeste brasileiro, e estavam submetidos à situações degradante.”

Apesar da variação de locais do trabalho escravo, a forma como os trabalhadores caem nesse tipo de trabalho é basicamente o mesmo, a maioria vai até o local por ouvir rumores de que existe serviço farto em fazendas. Alguns vão espontaneamente, outros são aliciados pelos chamados “gatos” (contratadores de mão-de-obra a serviço do fazendeiro). Ao chegar no local os trabalhadores percebem que a realidade é diferente, e após meses de serviço não veem nada de dinheiro, todas as despesas se tornam por conta do trabalhador (desde sua comida até materiais gastos no serviço), que serão pagos com serviço.


O site Repórter Brasil (http://www.reporterbrasil.org.br) divulgou uma lista chamada “lista suja”, das empresas que foram encontradas utilizando mão de obra escrava no Brasil, de acordo com eles, a lista serve para que os fornecedores boicotem as empresas que constam na lista. É possível encontrar também no site, várias informações sobre o trabalho escravo no Brasil.

Apesar de várias semelhanças entre o trabalho escravo e o trabalho assalariado é extremamente necessário abolir o trabalho escravo e lutar sempre rumo as melhorias nas condições de trabalho, sem deixar que os patrões se sintam a vontade para nos explorar, devemos lutar pela
expropriação dos meios de produção para que nos tornemos livres da exploração e independentes de patrões!

A CLASSE TRABALHADORA NÃO PERDOARÁ SEUS INIMIGOS!!!

Fontes: http://www.reporterbrasil.org.br
http://passelivreonline.wordpress.com
http://www.pastoraldomigrante.org.br


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